MAGMA - No limite da selvajaria | Flávio Rodrigues
26 DE OUTUBRO_21:30 | COVILHÃ_ NEW HAND LABMAGMA - No limite da selvajaria | Flávio Rodrigues
Sinopse
“É preciso não esquecer e respeitar a violência que temos. As pequenas violências nos salvam das grandes. (…) É preciso acreditar no sangue como parte importante da vida. A truculência é amor também.” Clarice Lispector
Magma é um poema sonoro, cénico e coreográfico. Neste solo, exploro um imaginário que se sustenta no vazio e na impotência relacional, onde a violência e o poder colapsam na solidão e no silêncio. É uma guerra sem guerra, a sós. A violência a destruir e construir o tempo, ele a des-habitar-se no percurso. Um ser-cápsula, múltiplo, representação poética pela e com liberdade. Como nos refere Maria Tereza Sadek “O resgate do genuíno espírito revolucionário e, em consequência, do acto intencional de fundação da liberdade, é um dos desafios propostos (…). Talvez seja esta a única forma de se escapar do terror, da perda do espaço público. Afinal, a ameaça de violência e da imposição do silêncio não é um traço exclusivo da guerra”. Magma é construído a partir da ausência, onde os objetos sonoros, cénicos e coreográficos se tornam presentes nas analogias, interferências e conexões estabelecidas entre si. Estes, concorrem para a construção de uma narrativa poética, um ato revolucionário que em si transporta os medos e os paradoxos da existência. Situar, permanecer e mapear são os motes exploratórios para este solo-poema, uma caminhada solitária carregada de memórias, metáforas, medo, silêncio, violência, dor, coragem, amor, desistência e resistência. A efemeridade do momento presente, a reformulação de contextos que permitam habitar um lugar, um corpo, um palco. A escuridão da fuga, a luz da mudança, o ar irrespirável que se transforma em balão de oxigénio, o desejo de existir sempre presente. No palco (aqui, campo representativo da falência da utopia), sou o último filho do sonho e da esperança, figura que sucede o big brother, o punk como cultura e a anarquia como ideologia. O gesto (ou a dança) que emerge paulatinamente é doente devido ao ar violento e venenoso que é respirado na urgência que lhe é intrínseca. Bem-vindos à guerra niilista. Consciente. Primária. Parente direta da zona mais escura da tecnologia. E no decorrer da guerra está patente um outro medo: que a natureza decida dar de si e nos entregue de mão livre a nunca esperada catástrofe ecológica.
Ficha Técnica_
Criação e interpretação_ Flávio Rodrigues
Design_ Daniel Oliveira
Intérprete durante a criação_ Bruno Senune
Vídeo_ Eva Ângelo
Fotografia de cena_ Susana Neves
Documentação_ Telma João Santos
Suporte_ Útero
Estruturas Associadas_ 23 Milhas (Ilhavo)_ Teatro de Ferro (Porto)_ Festival contraDança (Covilhã)_ Balleteatro (Coliseu, Porto)
Coprodução_ Teatro Nacional São João
Género_ Performance
Classificação_ M/12
Duração_ 40m