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O MANDARIM - apóstrofe e paciência | Pedro Barreiro

29 DE SETEMBRO_ 21:30 | COVILHÃ_ NEW HAND LAB

O MANDARIM - apóstrofe e paciência | Pedro Barreiro

Sinopse
apóstrofe,

s. Do gr. apostrophē, «acto de desviar; acto de desviar por si, de arranjar, de conseguir; acto de se desviar, de fugir; acto de se desviar com repugnância de; repulsa, aversão por; acto de distrair, distracção; acto de escapar a, recurso contra; apóstrofe; elisão de vogal final; lugar onde nos desviamos, onde nos refugiamos, asilo», pelo lat. apostrophē, «apóstrofe», figura de retórica pela qual o orador, afastando-se do juiz, se vira para o adversário e o interpela». (…) *

paciência,

adj. Do lat. patientia, acção de suportar, de sofrer; faculdade de sofrer, paciência, longanimidade; aptidão para suportar tudo, resistência; submissão, servilismo.*

* MACHADO, José Pedro. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, 8ª edição, Livros Horizonte, 2003

Teodoro, personagem central d’O Mandarim (Eça de Queiroz, 1880), é um funcionário público pouco ambicioso que se vê tentado, por uma passagem impressa num mirífico in-fólio, a matar Ti Chin-Fu, velho e rico mandarim que vive nos confins da longínqua Mongólia. Para o fazer, apenas teria de tocar uma campainha e, se o fizesse, herdaria a sua infindável fortuna. Teodoro toca na campainha. Pouco depois de sucumbir à tentação e de se tornar extraordinariamente rico, começa a sua odisseia de redenção, sempre assombrado pela imagem fantasmagórica do velho mandarim e violentado pela confusão em que vive a sua consciência, das quais tenta, sem sucesso, ver-se livre.

 

Importa referir que o interesse por esta novela não é moral. Dela são usados vários momentos como motores ficcionais, propondo uma poética cénica de génese literária e tendencialmente anacrónica. Por outro lado, são provocados conflitos dramatúrgicos através da subversão de mecanismos canónicos de composição teatral e das relações problemáticas entre ideia, palavra, imagem, objecto, autor, intérprete, leitor e espectador, propiciando uma análise desiludida do mundo e do valor do fazer artístico.

Ficha Técnica_
Texto_ Pedro Barreiro a partir de Eça de Queiroz, Fernando Brito e Paul Valéry
Direção artística, encenação e dramaturgia_ Pedro Barreiro
Direção técnica_ Tiago Correia
Interpretação_ António Liberato_ Carla Reis_ Fernando Brito_ Sandra Oliveira_ Sérgio Pereira_ Silvana Ivaldi
Espaço cénico_ Fernando Brito_ Pedro Barreiro_ Rodrigo Pereira_ Silvana Ivaldi_ Tiago Correia
Multimédia_ Rodrigo Pereira
Figurinos_ Silvana Ivaldi
Colaboração dramatúrgica_ Maurício Paroni de Castro_ Ricardo B. Marques_ Rui Lopes
Operação Técnica_ Rodrigo Pereira, Ricardo B. Marques e Tiago Correia
Desenho gráfico_ Fernando Brito_ Silvana Ivaldi
Comunicação e Produção_ Pedro Barreiro_ Rodrigo Pereira
Co-produção_ Activo Tóxico – Artistas Associados_ Teatro Sá da Bandeira – Santarém
Classificação_ M/18
Género_ Teatro
Duração_ 75m

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