NIL-CITY | BALLET CONTEMPORÂNEO DO NORTE
27 DE OUTUBRO_ 22H30 | COVILHÃ_ TMCNIL-CITY | BALLET CONTEMPORÂNEO DO NORTE
SINOPSE
“There are two ways to live: you can live as if nothing is a miracle; you can live as if everything is a miracle”.
Albert Einstein
“Nil” podia começar por impor a seguinte ficção: uma equipa de investigadores do Departamento de Física de uma qualquer Universidade ocidental conseguiu provar, afinal, que não há espaço para tudo, e muito menos para todos. E a seguir rebater com a seguinte realidade: os idiotas têm sempre razão. O resultado desta equação-performance é uma reflexão sobre o Fim enquanto resultado mais ou menos direto de uma saturação, mas invertendo os eixos: a matemática de “Nil” não se alicerça em espiritualidades (o nada, o vazio, o vácuo), mas antes numa materialidade unívoca — “Nil” é igual a ZERO. Trata-se, portanto, de uma performance est(ética)mente inaugural, partindo dos estilhaços deixados a solo pela explosão meta-referencial de “Rara: um discurso ingénuo e utópico”, a caminho de um não-lugar preenchido em excesso por um coletivo de intérpretes que será, ao mesmo tempo, hóspede e hospedeiro, matéria (meio) e material (fim): um Bing Bang ao contrário, ou então um arrefecimento global. Através desta implosão bi/polar, “Nil” desenhará a maquete de um País a-referencial e inócuo, onde o tempo toma consciência da sua condição convencional, parando; e onde todas as duplicidades se transformam em triplicidades. É a “alternate version” do universo para onde todos queremos/vamos emigrar: um lugar em suspenso, sem antónimos, sem fricção, sem interrogações nem interrogatórios, sem política; onde o Luxo não é um luxo, onde a Arte (essa sub-categoria do Design) é um mero fetiche decorativo, onde o Ouro é o novo preto; um lugar sem limites, logo, profundamente limitado. “Nil” convida-nos a uma paragem higiénica, não para pensar, não para agir, mas para condenar a nossa existência a uma neutralidade total e absoluta. “Nil” não é um milagre; é uma guerra fria.
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Produção_ BCN | Coreografia_ Flávio Rodrigues | Bailarinos_ André Mendes, Camila Neves, Susana Otero | Objetos cénicos e figurinos_ Vera Mota | Registo audiovisual_ Daniel Pinheiro | Sonoplastia_ Von Calhau | Textos e documentação_ Rogério Nuno Costa | Acompanhamento e aconselhamento artístico_ José Capela